O oceano é o verdadeiro pulmão do Planeta, pois produz pelo menos a metade do oxigênio que a gente respira. Nathalie Gil, CEO da Sea Shepherd Brasil, começou sua palestra “A Vida no Oceano pede Socorro” como forma de alerta pela importância do tema, apresentado no IX Congresso Vegetariano Brasileiro, no VegFest 2022, que vai até domingo, no Centro de Convenções Anhembi. A Sea Shepherd é uma organização internacional de conservação marinha sem fins lucrativos.
O fato alarmante, nas palavras de Nathalie, é que esse pulmão está em seríssimos riscos pela quantidade inimaginável de poluentes, sobretudo plásticos e apetrechos de pesca, presentes na superfície e em regiões mais profundas do oceano. Os dados que indicam a poluição, e consequentemente o prejuízo à vida marinha, são assustadores:
- O que mais se encontra no Pacífico são “ilhas de plástico” compostas por garrafas pets, restos de materiais de pesca, canudos e micro plásticos;
- 50% dos corais e 20% dos mangues nas zonas costeiras já foram afetados ou destruídos:
- Mais de 90% dos animais mortos por ano para consumo humano são todos selvagens;
- A pesca industrial é responsável pela morte de 3 mil peixes por minuto e 800 cetáceos (baleias, botos e golfinhos) por dia;
- 90% dos peixes grandes são dizimados pela pesca predatória;
- 693 espécies marinhas estão em risco de extinção;
- A julgar pelos acontecimentos atuais, a previsão é de que em 2048 os oceanos entrem em colapso. E em 2050 haverá mais plástico do que peixes no mar.
“O que estamos falando é que o problema dos oceanos não é apenas ambiental, mas uma questão de sobrevivência da vida na Terra”, afirma Nathalie. Diante disso ela é categórica ao afirmar que cabe a todos nós não consumir nenhum produto de origem dos mares, o que inclui todos os tipos de peixes, cetáceos, plantas e ainda as espécies que são cultivadas em “fazendas marinhas” e afins, uma vez que o que serve de alimentação para os peixes em cativeiro são também os animais marítimos.