Movimento vegano cresceu no Brasil e no mundo e deve evoluir ainda mais
22 de março de 2024

O movimento vegano deu saltos de crescimento muito importantes nos últimos anos, principalmente desde a edição de 2019 do VegFest, que aconteceu em Brasília (DF). Da mesma forma, projeta um futuro promissor de expansão da causa. “O veganismo no Brasil e no mundo é inevitável, a questão é saber se esse processo será mais ou menos rápido a partir de agora”, resumiu Ricardo Laurino, presidente da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) na Plenária Final do IX Congresso Vegetariano Brasileiro, na manhã deste domingo (11), último dia do evento, no Centro de Convenções  Anhembi.

Para fechar os quatro dias do Congresso, a mesa na Plenária Final foi composta por outras personalidades que são referência no movimento vegano. Além do presidente da SVB participaram Marly Winckler, presidente honorária e fundadora da SVB e presidente da IVU (International Vegetarian Union) desde 2011; Monica Buava, diretora da SVB e sócia do Pop Vegan Food; Ale Luglio, nutricionista, diretora do departamento de Campanhas da SVB; Eric Slywitch, médico, diretor do Departamento de Medicina e Nutrição da IVU e da SVB; Maria Eduarda Lemos, engenheira de Alimentos e gerente de Certificação da SVB; Gustavo Perrone Nabinger, treinador de futebol e sócio proprietário do Clube Laguna SAF, do Rio Grande do Norte. A mediação ficou por conta de Larissa Maluf, diretora de Comunicação da SVB.

Entre os participantes, um dos consensos expostos para os participantes do auditório Elis Regina foi o de que o crescimento do número de pessoas adeptas ao veganismo, assim como como o de novos produtos praticamente sem traços animais (à base de plantas ou células animais) e de indústrias do setor tem feito com que a ideia do veganismo esteja bem mais popularizada e menos estigmatizada.

A presidente honorária da SVB fez uma avaliação geral do movimento e se diz “entusiasmada” pela sua evolução, mas pontuou que não se pode desconhecer as forças contrárias e muito poderosas que agem em favor da indústria de produtos animais. “Infelizmente ainda somos minoria, mas é preciso continuar as nossas ações”, observou.

Eric Slywitch elogiou a variedade e a quantidade de produtos veganos no país e o quanto isso significa em favor do combate à crueldade contra os animais. Mas o médico alertou que, do ponto de vista da saúde, é fundamental que os ingredientes dos produtos veganos sejam integrais e naturais, com o menor número possível de aditivos químicos. Ele ainda ressaltou que a dieta vegana é a única que se mostrou eficaz, por exemplo, no combate de células cancerosas e na diminuição de placas pelo acúmulo de colesterol.

Convidado a fazer parte da mesa durante o evento, Gustavo Perrone falou sobre a experiência vivida entre os atletas do Clube Laguna SAF, o primeiro time de futebol vegano das Américas. Ele explicou que nem todos os atletas do clube são veganos, embora a dieta no clube seja totalmente sem carne. “Isso potencializou o desempenho dos atletas em campo, ao contrário do que pensava muita gente, achando que os jogadores não iriam aguentar o desgaste físico”.